Pois segundo ela o corpo é o objeto da cultura, o que define o nosso modo de ser é a cultura, e que todas as culturas promovem modificações nos corpos de quem dela participa. Portanto modificar o corpo é legítimo de toda cultura e em todas as épocas. Existindo hoje uma pedagogia voltada para educaras pessoas a modificarem seus corpos, podemos encontrar em bancas de jornais, revistas, livros, em sites na internet, receitas de como mudar ou decorar o corpo, o importante é modificar.
No entanto essa modificação pode ser uma mudança voltada para potencialização do corpo, ou seja, estev corpo após sua transformação tem seus limites aumentados, maximizados. Esta foi a primeira e única artista a utilizar as operações plásticas como performance, designando o seu trabalho como Carnal Art, um auto-retrato feito com o uso de tecnologias avançadas que lhe dão a possibilidade de ter o corpo “aberto” sem sofrimento e ver o seu interior. As suas ideias e conceitos artísticos encarnaram na carne o valor do corpo na sociedade ocidental e o seu futuro nas gerações vindouras face ao avanço tecnológico e às manipulações genéticas. O confronto entre esta fragilidade do corpo e o avanço tecnológico é a base de todo este trabalho, isto é, saber como eles se podem relacionar ou se o tecnológico acabará por prevalecer sobre o biológico.
Na continuação deste trabalho, pensa em operar o seu nariz, aumentando-o tanto quanto possível anatomicamente. O seu trabalho não desrespeita o seu corpo, pelo contrário denúncia a sua fragilidade e a decadência que mais tarde ou mais cedo todos acabamos por notar.